Muito embora já tenha mais de 10 anos de experiência como formadora, esta atividade não para de me surpreender!
Cada vez mais me convenço que cada profissão tem as suas dinâmicas, linguagens e características próprias. E esta não é exceção.
Eu nunca me autointitulo “formadora”. Eu digo antes que “também sou formadora”, mas isso para mim não é um princípio, é uma decorrência natural da minha carreira.
Eu explico:
Enquanto trabalhei, durante cerca de 20 anos, em várias empresas (na indústria e na grande distribuição alimentar), exercendo funções de liderança, gestão, comerciais, operacionais, nas áreas de vendas, compras, qualidade, produção, etc, a formação foi uma constante, uma das ferramentas que sempre utilizei para melhor capacitar, motivar e alinhar as equipas.
Por paixão, a formação cedo foi ganhando maior preponderância na minha carreira e extravasou para além das empresas onde trabalhava a tempo inteiro, tomando lugar aos fins de semana, folgas e férias, na dinamização de ações noutras empresas.
Neste momento, e num novo ciclo profissional, dedico-me quase exclusivamente à formação, training, coaching e consultoria. Foi uma evolução natural.
Tenho experiência e utilizo-a em sala para potenciar as partilhas dos formandos, para desafiar novas conquistas e, principalmente, para responder às diversas questões que me são colocadas!
É oficial: não sou formadora de carreira. E ainda bem!
Porque os clientes procuram aquilo a que chamam “formações que não sejam mais do mesmo”. Não querem um formador que “venha para aqui debitar teorias sobre vendas, aos meus vendedores com mais de 20 anos de casa, sem nunca ter vendido um parafuso na sua vida”. E não é que têm razão?!
Nunca imaginei que o meu papel fosse o de dizer aos outros o que devem fazer. Isso nem me passa pela cabeça. O meu papel é desafiar, pôr em causa, promover o debate, facilitar conclusões e propor caminhos, ou ajudar a encontrá-los.
Se sou um peixe fora d’água? Sim, sou. E com muito gosto.